domingo, 28 de dezembro de 2008

Desculpas!

Aos meus três leitores não muito fiéis, peço desculpas. Desde maio sem atualizar é ruim demais! A partir de 2009, passarei a atualizar mensalmente o blog...

Até 2009 (daqui a uma semana!), na Paz de Nosso Senhor!

domingo, 11 de maio de 2008

"Todos os ouvimos proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus" (Atos 2,11)

Depois de quase um mês parado, por motivos diversos e nem sempre felizes, estou de volta, hoje, no Domingo de Pentecostes, e mais uma vez quem nos salva é o nosso querido tio Valadão, que me enviou um texto do Papa Bento XVI (muitos anos antes de ser Papa) que nos explica bem sucintamente porque a nossa Igreja é Católica (ou seja, universal). É graças à ação constante e gratuita do Espírito Santo que a Igreja nasce na festa hebraica de Pentecostes, cinqüenta dias após a Páscoa do Senhor, para todos os povos e línguas.

Neste Domingo de Pentecostes, começamos a liturgia com a narração da vinda do Espírito Santo aos apóstolos que estavam escondidos, com as portas cerradas (Livros dos Atos dos Apóstolos, cap. 2), com medo dos fariseus e dos romanos, mas, cheio da Força de Deus, eles ganham coragem, novo ânimo e saem às ruas, pregando a todos a Boa Notícia, a Boa Nova: não somos mais escravos, mas somos livres no Senhor.

Vejamos o texto do então Cardeal Joseph Ratzinger, escrito durante o Retiro Vaticano 1981:

"O dia de Pentecostes revela a catolicidade da Igreja, a sua universalidade. O Espírito Santo manifesta a sua presença pelo dom das línguas. Renova assim, mas invertendo-o, o acontecimento de Babel (Gn 11), aquela expressão do orgulho dos homens que querem tornar-se como Deus e construir com as suas próprias forças, isto é, sem Deus, uma ponte até ao céu, a torre de Babel. Esse orgulho provoca divisões no mundo e ergue os muros da separação. Por causa do orgulho, o homem reconhece apenas a sua própria inteligência, a sua própria vontade, o seu próprio coração; desse modo, ele já não é capaz, nem de compreender a linguagem dos outros, nem de ouvir a voz de Deus.

O Espírito Santo, o amor divino, compreende e faz compreender as línguas; ele cria a unidade na diversidade. Assim, desde o primeiro dia, a Igreja fala em todas as línguas. Por isso, ela é católica, universal. A ponte entre o céu e a terra existe mesmo: essa ponte é a cruz e foi o amor do Senhor que a construiu. A construção desta ponte ultrapassa as possibilidades da técnica. A ambição de Babel devia e deve fracassar; só o amor incarnado de Deus podia responder a tal ambição...

A Igreja é católica desde o primeiro instante da sua existência; ela abraça todas as línguas. O sinal das línguas exprime um aspecto muito importante da eclesiologia fiel à Escritura: a Igreja universal precede as Igrejas particulares, a unidade vem antes das partes. A Igreja universal não é uma fusão secundária das Igrejas locais; é a Igreja universal, católica, que gera as Igrejas particulares e estas não podem permanecer Igrejas senão em comunhão com a catolicidade. Por outro lado, a catolicidade exige a multiplicidade das línguas, a partilha e a harmonização das riquezas da humanidade no amor do Crucificado."

domingo, 13 de abril de 2008

Agenda - Semana da Vitória - Paróquia Sangue de Cristo

Dos dias 14 ao 18 de abril de 2008, às 19h

Programação:

14/04 - Vitória pelo louvor e adoração - Márcio Pacheco.

15/04 - Vitória pela quebra das maldições - Rosa.

16/04 - Vitória pela esperança no sofrimento - Pe.Gleuson.

17/04 - Vitória pelo serviço de Deus - Jacira Mourão.

18/04 - Vitória pelo rompimento das falsas doutrinas - Regina.

Todos os dias iniciaremos com Lucernário (ou Vésperas) e Missa e concluiremos com a oração por cura e libertação e a bênção do Santíssimo Sacramento. Participe e traga um amigo !


Local:

Paróquia Sangue de Cristo
Rua Adalberto Aranha, 48 - Andaraí (Tijuca)
www.paroquiasanguedecristo.org.br

"O reino de Deus é que acreditais naquele que ele enviou"

Para a nossa reflexão dominical, um trecho da "Epístola aos Filadélfos" ou "Carta aos naturais da Filadélfia" (Filadélfia, do grego antigo Φιλαδέλφεια, significa "amor fraterno" e era o nome de uma comunidade cristã, citada no Livro do Apocalipse, que existiu no primeiro século da era cristã), escrita por Santo Inácio de Antioquia, que era discípulo de São João apóstolo e foi bispo e mártir da Igreja.

Vós, filhos da luz verdadeira, fugi das querelas e das más doutrinas. Como ovelhas, segui o vosso pastor. Porque muitas vezes os lobos aparentemente dignos de fé extraviam os que correm na corrida de Deus, mas se permanecerdes unidos, eles não encontrarão lugar entre vós.

Tende pois cuidado em participar numa única eucaristia; não há, com efeito, senão uma só carne de Nosso Senhor, um só cálice para nos unir no seu
sangue, um só altar, como não há senão um só bispo rodeado de padres e de diáconos. Assim, tudo o que fizerdes, vós o fareis segundo Deus... Meu refúgio é o Evangelho, que é para mim o próprio Jesus na carne, e os apóstolos, que incarnam o presbitério da Igreja. Amemos também os profetas, porque também eles anunciaram o Evangelho; eles esperaram em Cristo e
esperam-no; acreditando nele, foram salvos e, permanecendo unidos a Jesus Cristo, santos dignos de amor e admiração, mereceram receber o testemunho de Jesus Cristo e ter lugar no Evangelho, nossa esperança comum...

Deus não habita onde reina a divisão e a cólera. Mas o Senhor perdoa a todos os que se arrependem, se o arrependimento os levar à união com Cristo que nos libertará de toda a opressão. Suplico-vos, não ajam no espírito de querela, mas segundo os ensinamentos de Cristo. Ouvi que diziam: "O que não encontro nos arquivos, não o acredito no Evangelho"... Para mim, os meus arquivos, é o Cristo; os meus arquivos invioláveis são a cruz, a sua morte e a sua ressurreição, e a fé que vem dele. Eis donde espero, com a ajuda das vossas orações, toda a minha justificação.
Para o Tio Valadão, o meu agradecimento pelo envio do texto! Obrigado, tio!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

"Fareis isto em memória de mim" (1 Co 11,25)

Mais um trecho do Catecismo da Igreja Católica (§ 1362-1366), sobre a Eucaristia, verdadeiro sacrifício pascal que é renovado a todo o momento, tornando viva para todo o sempre a Páscoa Judaica, a Ceia de Quinta-Feira Santa e o sacrifício de Jesus na Cruz.

O MEMORIAL SACRIFICIAL DE CRISTO E DO SEU CORPO, A IGREJA

1362. A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, a atualização e a oferenda sacramental do seu único sacrifício, na liturgia da Igreja que é o seu corpo. Em todas as orações eucarísticas encontramos, depois das palavras da instituição, uma oração chamada anamnese ou memorial.

1363. No sentido que lhe dá a Sagrada Escritura, o memorial não é somente a lembrança dos acontecimentos do passado, mas a proclamação das maravilhas que Deus fez pelos homens. Na celebração litúrgica destes acontecimentos, eles tomam-se de certo modo presentes e atuais. É assim que Israel entende a sua libertação do Egito: sempre que se celebrar a Páscoa, os acontecimentos do Êxodo tornam-se presentes à memória dos crentes, para que conformem com eles a sua vida.

1364. O memorial recebe um sentido novo no Novo Testamento. Quando a Igreja celebra a Eucaristia, faz memória da Páscoa de Cristo, e esta torna-se presente: o sacrifício que Cristo ofereceu na cruz uma vez por todas, continua sempre atual: "Todas as vezes que no altar se celebra o sacrifício da cruz, no qual "Cristo, nossa Páscoa, foi imolado", realiza-se a obra da nossa redenção".

1365. Porque é o memorial da Páscoa de Cristo, a Eucaristia é também um sacrifício. O caráter sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição: "Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós" e "este cálice é a Nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós" (Lc 22, 19-20). Na Eucaristia, Cristo dá aquele mesmo corpo que entregou por nós na cruz, aquele mesmo sangue que "derramou por muitos em remissão dos pecados" (Mt 26, 28).

1366. A Eucaristia é, pois, um sacrifício, porque representa (torna presente) o sacrifício da cruz, porque é dele o memorial e porque aplica o seu fruto:

Cristo "nosso Deus e Senhor [...], ofereceu-Se a Si mesmo a Deus Pai uma vez por todas, morrendo como intercessor sobre o altar da cruz, para realizar em favor deles [homens] uma redenção eterna. No entanto, porque após a sua morte não se devia extinguir o seu sacerdócio (Heb 7, 24-27), na última ceia, 'na noite em que foi entregue' (1 Cor 11, 13). [...] Ele [quis deixar] à Igreja, sua esposa bem-amada, um sacrifício visível (como o exige a natureza humana), em que fosse representado o sacrifício cruento que ia realizar uma vez por todas na cruz, perpetuando a sua memória até ao fim dos séculos e aplicando a sua eficácia salvífica à remissão dos pecados que nós cometemos cada dia".

1367. O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: "É uma só e mesma vítima e Aquele que agora Se oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora Se ofereceu a Si mesmo na cruz; só a maneira de oferecer é que é diferente". E porque "neste divino sacrifício, que se realiza na missa, aquele mesmo Cristo, que a Si mesmo Se ofereceu outrora de modo cruento sobre o altar da cruz, agora está contido e é imolado de modo incruento [...], este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".

segunda-feira, 7 de abril de 2008

"Ao Partir do Pão" (Walmir Alencar) - Link YouTube

Ainda sobre os discípulos de Emaús, que foram o tema do Evangelho lido neste domingo, acabei de ler um e-mail da Paulinha, da Sangue de Cristo (Obrigado, Paulinha!), com uma música linda de Walmir Alencar, contando a alegria destes discípulos.

Segue o link de um vídeo que encontrei no YouTube com esta música e a sua letra abaixo.



Ao partir do pão (Walmir Alencar)

"Quem poderia imaginar que aquela cruz
Era só o começo de uma história de amor?
Comentavam com grande dor tudo o que se passou
E jamais esperavam reencontrar o Senhor
Aconteceu, sem mesmo esperar
Ele apareceu em meio aos discípulos, a caminhar
Falava de amor e o som de sua voz
Abrasava os seus corações, e diziam:
Senhor, fica conosco!
É tarde e o dia declina
Quase sem esperança partimos sem direção
Mas ao redor da mesa, se abriram nossos olhos
Te reconhecemos ao partir do pão
Já não chores, Jerusalém!
A alegria voltou!
Teu Senhor está vivo!
Ele ressuscitou!
Já não chores, Jerusalém!"

domingo, 6 de abril de 2008

Resgatados pelo precioso Sangue de Cristo

As leituras da missa de hoje cuidam não apenas nos discípulos de Emaús, dos quais falamos em 27 de abril, mas traz uma bela passagem da Primeira Carta de São Pedro, que compara Jesus a um cordeiro sem defeito e sem mancha:

“18 Pois vocês sabem que não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata nem ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que herdaram dos seus antepassados. 19 Vocês foram resgatados pelo precioso sangue de Cristo, como o de um cordeiro sem defeito e sem mancha. (1Pd 1, 18-19)

Mas por que esta comparação?

A figura do cordeiro sempre esteve presente na história do povo de Deus, como um animal para sacrifício ao Senhor, para confirmar a aliança de Deus para com o Seu povo e para pedir perdão pelas faltas, sacrificando-o no lugar do povo.

No Gênesis, capítulo 15, Abraão selou a sua aliança com o Senhor, com o sacrifício de diversos animais, inclusive de um cordeiro de três anos. Era costume da época, ao se selar uma aliança ou um pacto, que as partes contratantes (geralmente reis e chefes de tribos) passassem de mãos dadas por meio das carnes sacrificadas de modo que, se uma das partes não fosse fiel à outra, ela teria o mesmo destino das carnes divididas.

No entanto, como o Senhor já conhecia o coração de suas criaturas e da fraqueza de Seu povo escolhido; como Ele já sabia que, apesar de Seu Amor sempre eterno e fiel, iria ser de tempos em tempos abandonado pelo povo que Ele escolhera; somente Ele, na forma de uma tocha ardente, sela esse contrato de fidelidade com Abraão, o patriarca de todo o povo de Deus, como se vê nos versículos 17 e 18:

“17 Quando o sol se pôs, formou-se uma densa escuridão, e eis que um braseiro fumegante e uma tocha ardente passaram pelo meio das carnes divididas. 18 Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrão: ‘Eu dou, disse ele, esta terra aos teus descendentes, desde a torrente do Egito até o grande rio Eufrates:’

Essa é apenas a primeira passagem da Bíblia sobre o cordeiro. Realmente, o cordeiro continuaria a ser usado pelo povo de Deus. O próprio Abraão, quando posto à prova (Gênesis 22), ao empunhar a faca para sacrificar seu próprio filho, foi impedido pelo Senhor, por meio de Seu Anjo, que o mostrou um cordeiro para que fosse sacrificado no lugar de seu filho que seria pai de Israel.

E, muitos anos mais tarde, na noite da libertação do povo de Deus da escravidão no Egito (Êxodo 12), o Senhor deu a ordem para que todo o povo de Israel imolassem em suas casas um cordeiro sem manchas ou defeitos, se alimentassem dele às pressas e marcassem as ombreiras das portas de suas casas com o seu sangue, como sinal de proteção.

Tais leituras e muitas outras, extraídas do que se convencionou chamar de Velho Testamento (Testamento é sinônimo de Aliança), vem apenas confirmar a Nova e Eterna Aliança que Deus realizaria de uma vez por todas com o Seu povo para a remissão de todos os pecados , de tudo o que pudesse afastá-lo de Seu Amor.

Já dizia a profecia de Isaías que “diz o Senhor. Já estou farto de holocaustos de cordeiros e da gordura de novilhos cevados.” (Is 1,11) e ainda:

4 Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. 5 Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. 6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. 7 Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)” (Is 53, 4-7).

É por isso que proclamamos que Jesus é o Cordeiro de Deus. Por causa de nossas faltas e nossos pecados, por causa de toda a nossa falta de amor ao Pai e aos nossos irmãos, Jesus se entregou na cruz sem reclamar ou protestar, “como um cordeiro que se conduz ao matadouro” para salvara cada um de nós com o seu preciosíssimo Sangue.

Assim como ocorrera com Abraão naquele monte, Jesus foi o Cordeiro sacrificado no lugar de Isaac, o Filho de Deus sacrificado para salvar os filhos de Abraão.

Assim como ocorrera na noite da Páscoa hebraica, da passagem do Mar Vermelho, da passagem da escravidão para a liberdade, Jesus foi sacrificado e derramou o Seu precioso Sangue para salvar as nossas casas e nos tirar da escravidão do pecado para a liberdade dos filhos de Deus.

Nossa libertada foi comprada por Deus, e foi comprada por um alto preço. Não por ouro, nem por prata, mas por Sangue. Sangue divino e precioso.

Que o Espírito Santo nos ilumine nesta semana e sempre para que tenhamos a consciência de tal alto preço que foi pago por cada um de nós e que possamos agir como verdadeiros remidos pelo preciosíssimo Sangue de Jesus derramado na cruz, para que, um dia, depois de cruzar este vale de lágrimas que vivemos aqui no mundo, possamos também, ao final de nossas vidas, nos juntar àqueles que lavaram as suas vestes e as alvejaram no Sangue do Cordeiro (Apocalipse 7, 14). Do amigo, Guilherme.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Novena à Nossa Senhora da Anunciação (ou em honra da Santa Gravidez de N. Sra.)

Hoje, 31 de março, comemora-se o dia da Anunciação do Senhor, o dia no qual o anjo Gabriel anunciou a Maria, concebida sem pecado, que ela tinha sido escolhida para ser a Mãe de Nosso Senhor.

Há uma novena, a qual se reza a oração do Angelus todos os dias, de hoje até 25 de dezembro (quando comemoramos o Natal ou o Nascimento de Jesus), onde meditamos, dia-a-dia todo o período da gestação de Nossa Senhora, todas as dificuldades que ela passou ao ser sacrário vivo de Nosso Senhor.

Muitas pessoas rezam atrás de pedidos, como se fosse uma troca. Caso você queira rezar esta novena todos os dias, assuma esse compromisso não em troca de um pedido, mas para meditar, junto com Maria, sobre a vinda de Nosso Salvador. Certamente, ao final desta novena (mesmo que não dê para fazê-la todos os dias), você alcançará graça maior que qualquer pedido de bem material: aprender a amar Jesus como Sua Mãe o amou, desde a sua Anunciação!

Segue a novena:

+ Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

"O Anjo do Senhor anunciou a Maria e o Verbo Divino se fez carne."
- Rezar uma Ave Maria.

"Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Vossa Vontade."
- Rezar uma Ave Maria.

"A minh´alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta de alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a pequenez de Sua serva."
- Rezar uma Ave Maria.
- Rezar um Pai Nosso.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

domingo, 30 de março de 2008

Um Deus que se deixa tocar

Texto retirado e adaptado do folheto litúrgico "A Missa" (Arquidiocese do Rio de Janeiro) de hoje, acerca do Evangelho do dia, sobre a incredulidade de São Tomé sobre a Ressurreição de Jesus (Jo 20, 19-31):

"Tomé, o apóstolo ausente naquela tarde de Páscoa, é colocado como exemplo para nós neste domingo (...).
De certa maneira, já dizia São Gregório Magno, com sua incredulidade, Tomé é mais útil para nós do que todos os apóstolos que acreditaram imediatamente. Sua dúvida nos revela um Deus que se deixa tocar. Por Maria Madalena, Jesus não se deixa tocar, ela já o reconhecera. Como boa ovelha, conhece a voz do Pastor.
Tomé que, certa vez, quando da morte de Lázaro dissera, "Vamos até lá para morrer com ele", faltara à promessa. Agora, ele, que fugira na hora da morte, deve testemunhar de modo pleno a ressurreição de Jesus. Como a hemorroíssa que, após tocar na orla do manto do Senhor, ficara curada de sua enfermidade, Tomé cura não somente a si, mas a todos os feridos pelo ceticismo e pela dúvida, prorrompendo na maior profissão de fé acerca da divindade de Jesus.
Nem sequer sabemos se Tomé teve coragem de pôr os dedos nas chagas de Jesus. Ele alimentava secretamente a fé no coração, não fosse assim teria esperado oito dias junto aos apóstolos. O que sabemos é que chegou à profundidade do mistério cristão, reconhecendo Jesus como Senhor e Deus. Tomé é a imagem de muitos homens de nosso tempo, dispostos a correr vários riscos, na vida afetiva, no campo financeiro, em opções nem sempre construtivas ou em esportes radicais, mas temerosos em correr o risco da fé, em comprometer-se com o Deus que leva à vida.
Para os neófitos e para todos nós, que nos tornamos filhos de Deus pelo Batismo, fica a mensagem pascal de Cristo ressuscitado a quem, mais do que tocamos, recebemos como alimento na Eucaristica, até o dia em que, como afirma o Apocalipse, vendo as chagas que o Senhor Glorioso conserva no céu, possamos também exclamar: "Meu Senhor e meu Deus!"

quinta-feira, 27 de março de 2008

Fica conosco, Senhor!

Durante a semana que se segue ao Domingo de Páscoa, são feitas as leituras da experiência dos discípulos de Jesus acerca de Sua Ressurreição. No domingo, na segunda-feira e na terça-feira, o Evangelho nos contou como é que reagiram as mulheres que foram visitar o sepulcro, os soldados que o guardavam, e Pedro e o jovem João assim que souberam da notícia.

No entanto, em minha opinião, o relato mais emocionante é o feito na liturgia de ontem e de hoje, o dos denominados “discípulos de Emaús”. Veja este trecho do Evangelho escrito por Lucas (cap. 24, vers. 13-35). E porque este trecho se mostra tão emocionante?

Trata-se do relato de dois dos discípulos de Jesus que, completamente entristecidos com a morte de Jesus (e “morte de cruz”, que era destinada apenas aos criminosos) e desiludidos com tudo o que Jesus havia dito a eles, resolveram “arrumar as trouxas” e sair de Jerusalém, resolveram fugir de tudo o que os fizesse lembrar e reviver de todos aqueles momentos junto de Jesus.

Estavam tão desesperançados com todas as zombarias e os argumentos que ouviram em Jerusalém, que sequer reconheceram o seu Mestre, ressuscitado, no meio do caminho, achando se tratar de um forasteiro, de um desconhecido que se põe a caminhar junto com eles...

E quantas vezes nós também, desiludidos com tudo o que vemos e ouvimos no mundo, agimos como os discípulos de Emaús e tentamos abandonar tudo para trás, achando que assim podemos fugir da presença real de Jesus e de seus ensinamentos?

Como podemos muitas vezes caminhar pelas “estradas da vida” e acharmos que estamos sozinhos?

Lembro de algo engraçado que, há quase dois anos, aconteceu comigo e que é motivo até hoje de brincadeira entre meus amigos... Eu viajei acompanhado para Paris, mas acabei ficando mais uns dois dias naquela cidade, sozinho. E, como hotel é igual a plano de saúde (sempre tem que se contratado, mas deve ser usado pouco), resolvi conhecer uma praça famosa daquela cidade. E, sozinho, rodava em torno daquela praça repleta de gente nas ruas e nos restaurantes e pensava comigo, “como seria bom ter alguém conhecido aqui comigo para conversar e compartilhar tudo o que eu estou vendo!”

Mal eu sabia, mas uma semana depois recebi um e-mail de um amigo que, ao baixar para o computador as fotos da máquina seu pai que também visitava (sem eu saber) Paris, encontrou uma foto onde, há menos de um metro de seu pai, lá estava eu, bem em destaque na foto, caminhando no meio daquele povo todo!

Será que agimos como eu e como os discípulos de Emaús, que viajávamos sem olhar para o lado, sem perceber que, bem perto de nós, estava quem achávamos que nunca iríamos mais achar?

Por que deixamos os nossos olhos se fecharem diante de toda descrença e toda tristeza que as pessoas nos trazem? Por que deixamos de reconhecer a presença de Jesus a caminhar conosco, a partilhar a Sua Palavra, e a partir o Pão?

O Papa João Paulo II, ao escrever a carta Mane Nobiscum Domine (em português, “Fica conosco, Senhor”), inspirada neste relato evangélico, escreveu algo bem interessante para esta reflexão:

Na estrada de nossas dúvidas e de nossas inquietações, às vezes de nossas ardentes desilusões, o divino Caminhante continua a fazer-se nosso companheiro para nos introduzir, com a interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus.”

Que possamos, a exemplo dos discípulos de Emaús, pedir sempre a Jesus para ficar conosco, para que Ele nos dê força e compreensão necessárias para que nós nos transformemos de medrosos para verdadeiros mensageiros e anunciadores de Sua Ressurreição e de Sua Palavra! Um forte abraço a todos vocês, Guilherme.

domingo, 23 de março de 2008

Acorda, tu que dormes

Sempre ao proferirmos a nossa profissão de fé, falamos que o Nosso Senhor Jesus Cristo, após sua dolorosa Paixão, “padeceu e foi sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia”.

Mas, o que seria essa “mansão dos mortos”?

Explica-nos o Catecismo da Igreja Católica:

633. A morada dos mortos, a que Cristo morto desceu, é chamada pela Escritura os infernos, Sheol ou Hades (531), porque aqueles que aí se encontravam estavam privados da visão de Deus (532). Tal era o caso de todos os mortos, maus ou justos, enquanto esperavam o Redentor (533), o que não quer dizer que a sua sorte fosse idêntica, como Jesus mostra na parábola do pobre Lázaro, recebido no «seio de Abraão» (534). «Foram precisamente essas almas santas, que esperavam o seu libertador no seio de Abraão, que Jesus Cristo libertou quando desceu à mansão dos mortos» (535). Jesus não desceu à mansão dos mortos para de lá libertar os condenados (536), nem para abolir o inferno da condenação (537), mas para libertar os justos que O tinham precedido (538).

Veja assim que Jesus é o Redentor de todos, vivos ou mortos, que n’Ele depositavam a sua esperança, a da vinda de um Salvador, de um Messias, que viesse a realizar as promessas feitas por Deus ao seu povo eleito.

E, para que realizasse a Sua obra de salvação por completo, ou em plenitude, foi necessário que Jesus, para resgatar a todos que, antes de Sua vinda, já se encontravam mortos, descesse até a mansão dos mortos e, resgatando-os, ressuscitasse dentre eles no terceiro dia (conforme I Cor 15,20 - Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 15, versículo 20).

Assim, novamente citando o Catecismo, “635. Cristo, portanto, desceu aos abismos da morte (539), para que «os mortos ouvissem a voz do Filho do Homem e os que a ouvissem, vivessem» (Jo 5, 25). Jesus, «o Príncipe da Vida» (540), «pela sua morte, reduziu à impotência aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertou quantos, por meio da morte, se encontravam sujeitos à servidão durante a vida inteira» (Heb 2, 14-15). Desde agora, Cristo ressuscitado «detém as chaves da morte e do Hades» (Ap 1, 18) e «ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos» (Fl 2, 10).

Inspirado por tal grandiosidade do amor de Deus, que buscou salvar a todos, vivos e mortos, um padre desconhecido que viveu no século IV na Grécia escreveu esta Homilia para o Sábado Santo (ou da Ressurreição), que hoje faz parte da Liturgia das Horas deste dia. Leiamos como este autor imaginou a chegada de Jesus à mansão dos mortos e a libertação de todos os seus justos e de todos que voluntariamente O acolheram como Salvador e verdadeiro Caminho para as portas do paraíso que para todos preparara:

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, e agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levante dentre os mortos, e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”; e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te, obra de minhas mãos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra, e fui mesmo sepultado abaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi; para restituir-te o sopro da vida original. Vê nas minhas faces as bofetadas que levei para restaurar, conforme a minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar dos teus ombros os pesos dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava voltada contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, constituído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.”
(Texto retirado, com pequenas correções, do blog VerboPai)

Meus irmãos em Cristo Ressuscitado, uma excelente Páscoa a todos vocês e que tenhamos a certeza da Ressurreição de Nosso Salvador e a esperança de, um dia, “quando amanhecer o dia eterno, a plena visão,” podermos também compartilhar do banquete eterno. Do amigo, Guilherme.

Oração de Consagração ao Espírito Santo

Com a certeza de que sem o Seu divino auxílio, nada somos e nada podemos, inicio este blog consagrando-o, inteiramente e sem ressalvas, ao Espírito Santo Paráclito, Senhor que dá a vida, para que ele possa fazer desta página instrumento de Sua Paz e de Seu Amor.

Oração de Consagração ao Espírito Santo

Recebei, oh Espírito Santo, a consagração perfeita e absoluta de todo o meu ser, que vos faço este dia para que vos digneis ser hoje e sempre, em cada um dos instantes de minha vida, em cada uma de minhas ações, minha direção, minha luz, meu guia, minha força e todo o amor de meu coração.

Eu me abandono sem reservas a vossos divinos desígnios e quero ser sempre dócil a vossas santas inspirações. Oh, Santo Espírito, dignai-vos educar-me com Maria e em Maria, segundo o modelo de vosso amado Jesus. Glória ao Pai Criador, glória ao Filho Redentor, glória ao Espírito Santo Santificador, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Oração traduzida do original, em espanhol, obtido no sítio Devociones.org - http://www.devociones.org/consanignacionalespiritusanto.htm em 23 de março de 2008.