segunda-feira, 31 de março de 2008

Novena à Nossa Senhora da Anunciação (ou em honra da Santa Gravidez de N. Sra.)

Hoje, 31 de março, comemora-se o dia da Anunciação do Senhor, o dia no qual o anjo Gabriel anunciou a Maria, concebida sem pecado, que ela tinha sido escolhida para ser a Mãe de Nosso Senhor.

Há uma novena, a qual se reza a oração do Angelus todos os dias, de hoje até 25 de dezembro (quando comemoramos o Natal ou o Nascimento de Jesus), onde meditamos, dia-a-dia todo o período da gestação de Nossa Senhora, todas as dificuldades que ela passou ao ser sacrário vivo de Nosso Senhor.

Muitas pessoas rezam atrás de pedidos, como se fosse uma troca. Caso você queira rezar esta novena todos os dias, assuma esse compromisso não em troca de um pedido, mas para meditar, junto com Maria, sobre a vinda de Nosso Salvador. Certamente, ao final desta novena (mesmo que não dê para fazê-la todos os dias), você alcançará graça maior que qualquer pedido de bem material: aprender a amar Jesus como Sua Mãe o amou, desde a sua Anunciação!

Segue a novena:

+ Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

"O Anjo do Senhor anunciou a Maria e o Verbo Divino se fez carne."
- Rezar uma Ave Maria.

"Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Vossa Vontade."
- Rezar uma Ave Maria.

"A minh´alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta de alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a pequenez de Sua serva."
- Rezar uma Ave Maria.
- Rezar um Pai Nosso.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

domingo, 30 de março de 2008

Um Deus que se deixa tocar

Texto retirado e adaptado do folheto litúrgico "A Missa" (Arquidiocese do Rio de Janeiro) de hoje, acerca do Evangelho do dia, sobre a incredulidade de São Tomé sobre a Ressurreição de Jesus (Jo 20, 19-31):

"Tomé, o apóstolo ausente naquela tarde de Páscoa, é colocado como exemplo para nós neste domingo (...).
De certa maneira, já dizia São Gregório Magno, com sua incredulidade, Tomé é mais útil para nós do que todos os apóstolos que acreditaram imediatamente. Sua dúvida nos revela um Deus que se deixa tocar. Por Maria Madalena, Jesus não se deixa tocar, ela já o reconhecera. Como boa ovelha, conhece a voz do Pastor.
Tomé que, certa vez, quando da morte de Lázaro dissera, "Vamos até lá para morrer com ele", faltara à promessa. Agora, ele, que fugira na hora da morte, deve testemunhar de modo pleno a ressurreição de Jesus. Como a hemorroíssa que, após tocar na orla do manto do Senhor, ficara curada de sua enfermidade, Tomé cura não somente a si, mas a todos os feridos pelo ceticismo e pela dúvida, prorrompendo na maior profissão de fé acerca da divindade de Jesus.
Nem sequer sabemos se Tomé teve coragem de pôr os dedos nas chagas de Jesus. Ele alimentava secretamente a fé no coração, não fosse assim teria esperado oito dias junto aos apóstolos. O que sabemos é que chegou à profundidade do mistério cristão, reconhecendo Jesus como Senhor e Deus. Tomé é a imagem de muitos homens de nosso tempo, dispostos a correr vários riscos, na vida afetiva, no campo financeiro, em opções nem sempre construtivas ou em esportes radicais, mas temerosos em correr o risco da fé, em comprometer-se com o Deus que leva à vida.
Para os neófitos e para todos nós, que nos tornamos filhos de Deus pelo Batismo, fica a mensagem pascal de Cristo ressuscitado a quem, mais do que tocamos, recebemos como alimento na Eucaristica, até o dia em que, como afirma o Apocalipse, vendo as chagas que o Senhor Glorioso conserva no céu, possamos também exclamar: "Meu Senhor e meu Deus!"

quinta-feira, 27 de março de 2008

Fica conosco, Senhor!

Durante a semana que se segue ao Domingo de Páscoa, são feitas as leituras da experiência dos discípulos de Jesus acerca de Sua Ressurreição. No domingo, na segunda-feira e na terça-feira, o Evangelho nos contou como é que reagiram as mulheres que foram visitar o sepulcro, os soldados que o guardavam, e Pedro e o jovem João assim que souberam da notícia.

No entanto, em minha opinião, o relato mais emocionante é o feito na liturgia de ontem e de hoje, o dos denominados “discípulos de Emaús”. Veja este trecho do Evangelho escrito por Lucas (cap. 24, vers. 13-35). E porque este trecho se mostra tão emocionante?

Trata-se do relato de dois dos discípulos de Jesus que, completamente entristecidos com a morte de Jesus (e “morte de cruz”, que era destinada apenas aos criminosos) e desiludidos com tudo o que Jesus havia dito a eles, resolveram “arrumar as trouxas” e sair de Jerusalém, resolveram fugir de tudo o que os fizesse lembrar e reviver de todos aqueles momentos junto de Jesus.

Estavam tão desesperançados com todas as zombarias e os argumentos que ouviram em Jerusalém, que sequer reconheceram o seu Mestre, ressuscitado, no meio do caminho, achando se tratar de um forasteiro, de um desconhecido que se põe a caminhar junto com eles...

E quantas vezes nós também, desiludidos com tudo o que vemos e ouvimos no mundo, agimos como os discípulos de Emaús e tentamos abandonar tudo para trás, achando que assim podemos fugir da presença real de Jesus e de seus ensinamentos?

Como podemos muitas vezes caminhar pelas “estradas da vida” e acharmos que estamos sozinhos?

Lembro de algo engraçado que, há quase dois anos, aconteceu comigo e que é motivo até hoje de brincadeira entre meus amigos... Eu viajei acompanhado para Paris, mas acabei ficando mais uns dois dias naquela cidade, sozinho. E, como hotel é igual a plano de saúde (sempre tem que se contratado, mas deve ser usado pouco), resolvi conhecer uma praça famosa daquela cidade. E, sozinho, rodava em torno daquela praça repleta de gente nas ruas e nos restaurantes e pensava comigo, “como seria bom ter alguém conhecido aqui comigo para conversar e compartilhar tudo o que eu estou vendo!”

Mal eu sabia, mas uma semana depois recebi um e-mail de um amigo que, ao baixar para o computador as fotos da máquina seu pai que também visitava (sem eu saber) Paris, encontrou uma foto onde, há menos de um metro de seu pai, lá estava eu, bem em destaque na foto, caminhando no meio daquele povo todo!

Será que agimos como eu e como os discípulos de Emaús, que viajávamos sem olhar para o lado, sem perceber que, bem perto de nós, estava quem achávamos que nunca iríamos mais achar?

Por que deixamos os nossos olhos se fecharem diante de toda descrença e toda tristeza que as pessoas nos trazem? Por que deixamos de reconhecer a presença de Jesus a caminhar conosco, a partilhar a Sua Palavra, e a partir o Pão?

O Papa João Paulo II, ao escrever a carta Mane Nobiscum Domine (em português, “Fica conosco, Senhor”), inspirada neste relato evangélico, escreveu algo bem interessante para esta reflexão:

Na estrada de nossas dúvidas e de nossas inquietações, às vezes de nossas ardentes desilusões, o divino Caminhante continua a fazer-se nosso companheiro para nos introduzir, com a interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus.”

Que possamos, a exemplo dos discípulos de Emaús, pedir sempre a Jesus para ficar conosco, para que Ele nos dê força e compreensão necessárias para que nós nos transformemos de medrosos para verdadeiros mensageiros e anunciadores de Sua Ressurreição e de Sua Palavra! Um forte abraço a todos vocês, Guilherme.

domingo, 23 de março de 2008

Acorda, tu que dormes

Sempre ao proferirmos a nossa profissão de fé, falamos que o Nosso Senhor Jesus Cristo, após sua dolorosa Paixão, “padeceu e foi sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia”.

Mas, o que seria essa “mansão dos mortos”?

Explica-nos o Catecismo da Igreja Católica:

633. A morada dos mortos, a que Cristo morto desceu, é chamada pela Escritura os infernos, Sheol ou Hades (531), porque aqueles que aí se encontravam estavam privados da visão de Deus (532). Tal era o caso de todos os mortos, maus ou justos, enquanto esperavam o Redentor (533), o que não quer dizer que a sua sorte fosse idêntica, como Jesus mostra na parábola do pobre Lázaro, recebido no «seio de Abraão» (534). «Foram precisamente essas almas santas, que esperavam o seu libertador no seio de Abraão, que Jesus Cristo libertou quando desceu à mansão dos mortos» (535). Jesus não desceu à mansão dos mortos para de lá libertar os condenados (536), nem para abolir o inferno da condenação (537), mas para libertar os justos que O tinham precedido (538).

Veja assim que Jesus é o Redentor de todos, vivos ou mortos, que n’Ele depositavam a sua esperança, a da vinda de um Salvador, de um Messias, que viesse a realizar as promessas feitas por Deus ao seu povo eleito.

E, para que realizasse a Sua obra de salvação por completo, ou em plenitude, foi necessário que Jesus, para resgatar a todos que, antes de Sua vinda, já se encontravam mortos, descesse até a mansão dos mortos e, resgatando-os, ressuscitasse dentre eles no terceiro dia (conforme I Cor 15,20 - Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 15, versículo 20).

Assim, novamente citando o Catecismo, “635. Cristo, portanto, desceu aos abismos da morte (539), para que «os mortos ouvissem a voz do Filho do Homem e os que a ouvissem, vivessem» (Jo 5, 25). Jesus, «o Príncipe da Vida» (540), «pela sua morte, reduziu à impotência aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertou quantos, por meio da morte, se encontravam sujeitos à servidão durante a vida inteira» (Heb 2, 14-15). Desde agora, Cristo ressuscitado «detém as chaves da morte e do Hades» (Ap 1, 18) e «ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos» (Fl 2, 10).

Inspirado por tal grandiosidade do amor de Deus, que buscou salvar a todos, vivos e mortos, um padre desconhecido que viveu no século IV na Grécia escreveu esta Homilia para o Sábado Santo (ou da Ressurreição), que hoje faz parte da Liturgia das Horas deste dia. Leiamos como este autor imaginou a chegada de Jesus à mansão dos mortos e a libertação de todos os seus justos e de todos que voluntariamente O acolheram como Salvador e verdadeiro Caminho para as portas do paraíso que para todos preparara:

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai, antes de tudo, à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, e agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levante dentre os mortos, e Cristo te iluminará. Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: “Saí!”; e aos que jaziam nas trevas: “Vinde para a luz!”; e aos entorpecidos: “Levantai-vos!”

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te, obra de minhas mãos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra, e fui mesmo sepultado abaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi; para restituir-te o sopro da vida original. Vê nas minhas faces as bofetadas que levei para restaurar, conforme a minha imagem, a tua beleza corrompida. Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar dos teus ombros os pesos dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente tuas mãos para a árvore do paraíso. Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava voltada contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus. Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, constituído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade.”
(Texto retirado, com pequenas correções, do blog VerboPai)

Meus irmãos em Cristo Ressuscitado, uma excelente Páscoa a todos vocês e que tenhamos a certeza da Ressurreição de Nosso Salvador e a esperança de, um dia, “quando amanhecer o dia eterno, a plena visão,” podermos também compartilhar do banquete eterno. Do amigo, Guilherme.

Oração de Consagração ao Espírito Santo

Com a certeza de que sem o Seu divino auxílio, nada somos e nada podemos, inicio este blog consagrando-o, inteiramente e sem ressalvas, ao Espírito Santo Paráclito, Senhor que dá a vida, para que ele possa fazer desta página instrumento de Sua Paz e de Seu Amor.

Oração de Consagração ao Espírito Santo

Recebei, oh Espírito Santo, a consagração perfeita e absoluta de todo o meu ser, que vos faço este dia para que vos digneis ser hoje e sempre, em cada um dos instantes de minha vida, em cada uma de minhas ações, minha direção, minha luz, meu guia, minha força e todo o amor de meu coração.

Eu me abandono sem reservas a vossos divinos desígnios e quero ser sempre dócil a vossas santas inspirações. Oh, Santo Espírito, dignai-vos educar-me com Maria e em Maria, segundo o modelo de vosso amado Jesus. Glória ao Pai Criador, glória ao Filho Redentor, glória ao Espírito Santo Santificador, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Oração traduzida do original, em espanhol, obtido no sítio Devociones.org - http://www.devociones.org/consanignacionalespiritusanto.htm em 23 de março de 2008.